Privacidade digital: Gartner prevê 5 principais tendências até 2024
De acordo com a Gart, após a aprovação e implementação de regulações focadas em garantir a proteção de dados pessoais e privacidade dos cidadãos em todo o mundo (como a GDPR na Europa e a LGPD no Brasil), empresas de diversos setores estão, cada vez mais, preocupadas em garantir a segurança dos dados a fim de evitar vazamentos de informações, seja através de ataques cibernéticos ou vazamentos acidentais.
A empresa de pesquisa e consultoria Gartner, especializada em tecnologia da informação, publicou um estudo aonde prevê que até 2024 mais de 75% da população mundial estará coberta por modernas legislações para garantir a proteção dos seus dados pessoais e que o orçamento anual médio das grandes empresas para privacidade de dados excederá US$ 2,5 milhões.
O foco do investimento será em 5 principais tendências:
1.Localização de dados segundo a consultoria Gartner
O planejamento de localização de dados passará a ser uma prioridade máxima no projeto de aquisição de serviços em nuvem, principalmente para empresas multinacionais, que armazenam dados em nuvem de diferentes países simultaneamente, sob diferentes cenários regulatórios, tendo que adequar suas estratégias de localização de dados a cada um deles.
2. Uso de tecnologias computacionais que melhoram a privacidade
Devido ao alto uso de processamento de dados pessoais de clientes, fornecedores e colaboradores, as empresas precisam lidar com ambientes de armazenamento pouco confiáveis, como a nuvem pública, e também com a crescente complexidade dos mecanismos e arquiteturas de análise e compartilhamento com várias partes, torna-se fundamental o uso de tecnologias computacionais que melhoram os requisitos de privacidade dos dados em uso (PEC), ao mesmo tempo em que permitem que as organizações reúnam dados para análise e executem cargas de trabalho em ambientes menos confiáveis do ponto de vista de privacidade. Como resultado, as organizações podem implementar processamento e análise de dados que antes eram impossíveis, devido a questões de privacidade ou de segurança. Nesse cenário, a Gartner prevê que até 2025, 60% das grandes organizações usarão pelo menos uma técnica PEC em análise, inteligência de negócios e/ou computação em nuvem.
3.Governança de Inteligência Artificial segundo a consultoria Gartner
A pesquisa do Gartner descobriu que 40% das organizações tiveram uma violação de privacidade de Inteligência Artificial, seja de forma direta, em suas próprias aplicações, ou em plataformas e serviços fornecidos por terceiros, e que, dessas violações, apenas uma em cada quatro era maliciosa. Quanto mais essa tecnologia avança, maior é a necessidade de se ter uma estratégia de governança sobre ela — sob o risco de as lideranças de TI terem que se desfazer de sistemas “no atacado”, afirma o relatório de tendências do Gartner.
4.Experiência do usuário centrado em privacidade
Os usuários que usam sistemas e serviços de tecnologia estão ficando mais conscientes e exigentes quanto a sua privacidade digital. À medida em que eles vão ganhando mais direitos e cobrando isso das organizações, aumenta a demanda do consumidor por uma experiência de usuário (UX) de privacidade centralizada, que reúna tópicos como avisos, cookies, gerenciamento de consentimento e tratamento de solicitações de direitos de assunto (SRR) em um único portal de autoatendimento. Essa abordagem proporciona conveniência para os principais componentes, clientes e funcionários, e gera economias consideráveis de tempo e custos. Até 2023, o Gartner prevê que 30% das organizações voltadas para o consumidor oferecerão um portal de transparência de autoatendimento para fornecer gerenciamento de preferência e consentimento.
5.Modelos de trabalho híbridos serão ainda mais comuns
Com os modelos de trabalho e vida tornando-se cada vez mais híbridos, tanto a oportunidade quanto o desejo de aumentar o rastreamento, monitoramento e outras atividades de processamento de dados pessoais aumentam, e o risco com a privacidade aumenta ainda mais. Com as implicações de privacidade de um conjunto totalmente híbrido de interações, a produtividade e a satisfação do equilíbrio entre vida profissional e pessoal também aumentaram em vários setores e disciplinas.
Nesse contexto, “as organizações devem adotar uma abordagem centrada no ser humano para a privacidade, e os dados de monitoramento devem ser usados minimamente e com um propósito claro, como melhorar a experiência dos funcionários, removendo atritos desnecessários ou mitigando o risco de esgotamento, sinalizando os riscos de bem-estar”, conclui a consultoria Gartner.
Fonte: Gartner.com